quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Zero.



A chuva para e eu estou sozinha, o reflexo na janela não me deixa esquecer.
Percorro os dedos sobre o vidro gélido, olhando a rua deserta onde só há o silêncio e nada mais.
Entre um suspiro e um pensamento longo, pego o meu casaco e saio pela porta. Não, eu não tenho um compromisso.
Apenas não consigo ficar parada, sabendo o que posso encontrar na rua de trás, se tiver sorte.
Sigo um rumo programado, contando os passos, enquanto desvio das poças; Porque você não está aqui agora?
Paro no meio da rua, olho para os dois lados, vazio. Tenho a impressão de que tudo se alarga aos poucos e que lentamente vou sendo sugada, encurralada em um beco sem fim. Meu coração aperta; Será que você pode me ver agora?
Continuo caminhando na esperança de te ver... Nem que seja sua sombra ou um simples vislumbre, a cor da sua camiseta.. Qualquer coisa que me de a certeza de que você está por perto. Eu sei que está.
Como naquelas frias madrugadas em que você tocava a campainha e antes mesmo que eu pudesse atender, já tinha ido. Como nas vezes em que passava devagar, olhando, sem saber que eu também te observava com um sorriso nos lábios.
Em meio a delírios tolos, volto pra casa lentamente.. Lembrando que a vida não é um filme. Aquele filme que você me prometeu e eu recusei, mas que agora eu quero mais do que tudo.
Eu sempre quis;

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